Durante quase seis anos, o Copom do Banco Central diminuiu sucessivamente a Selic , respondendo a tempos de inflação baixa e a uma antiga demanda de indústrias e empresas, que queriam juros baixos para conseguir crédito mais barato.
A expectativa de economistas é de que novas altas sejam anunciadas nas próximas reuniões do Copom, ao longo dos próximos meses.
Por trás dessa mudança de rumo na política monetária está, principalmente, a preocupação com a inflação, que tem subido acima do esperado.
Selic e inflação
Ao longo dos últimos seis anos, "tivemos sucessivos períodos de queda da Selic para estimular a economia, diante da recessão vivida em 2015 e 2016, de (um cenário de) inflação controlada e, depois, deste período de pandemia", explica o economista Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília.
Com isso, a Selic, que já teve patamares muito mais altos - passou dos 14% em 2016, e chegou a 45% em 1999, só para citar alguns exemplos - chegou à casa dos 2% em meados de 2020 e assim se manteve até agora, no nível mais baixo das últimas décadas.
Mas eis que a inflação começou, recentemente, a dar sinais de que estava ganhando ímpeto.
Na semana passada, o IBGE calculou o IPCA (um dos índices que mede a inflação) de fevereiro em 0,86%, o maior registrado nesse mês desde 2016 e puxado pela alta nos combustíveis.
Em um cenário mais amplo, ao longo de um ano de pandemia (março de 2020 a fevereiro de 2021), a inflação sentida pelas pessoas mais pobres chegou a 6,75%, segundo cálculos do Ipea noticiados pela BBC News Brasil.
E a expectativa é de que a inflação continue subindo ao longo de 2021.
"As pressões inflacionárias vêm desde o ano passado. Algumas são passageiras, mas o impacto não está sendo tão temporário quanto o Banco Central imaginava até agora", avalia Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências.
"Efetivamente a inflação está piorando, com altas nos alimentos e nos combustíveis e se espalhando pela economia", explica Josilmar Cordenonssi, professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
A alta de juros promovida pelo BC, explica ele, serve como um "freio" a essa escalada, ao deixar o crédito mais caro (o que desestimula o consumo e o investimento das empresas) e, ao atrair capital - que busca se beneficiar dos juros mais altos -, favorecer uma valorização do real perante o dólar (o que diminui os custos de importados).
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